COR DO VINHO: SAIBA O QUE ELA REPRESENTA E QUAIS SUAS CARACTERÍSTICAS
Você já reparou na variedade de cores do vinho? Essa bebida intrigante e complexa assume diferentes características a depender da casca utilizada em sua elaboração, terroir, entre outros fatores.
A cor do vinho depende da variedade da uva e de seu amadurecimento, das técnicas de vinificação e do armazenamento e envelhecimento, quando ocorrem numerosas reações.
Tinto, branco, rosé: as cores do vinho, ao contrário do que muitos acreditam, não
são condicionadas pela cor do bago. A determiná-las será a técnica de vinificação.
Neste post, explicamos melhor a questão e oferecemos dicas de como analisar as cores do vinho para descobrir as nuances das suas bebidas favoritas. Ficou curioso(a)? Continue a leitura!
COR DO VINHO É IMPORTANTE PARA A QUALIDADE DA BEBIDA?
Essa é uma das grandes dúvidas e a respostas é: sim, as cores dos vinhos são importantes, porque indicam não apenas o tipo de vinho, mas também as propriedades de cada rótulo, os benefícios que esse ou aquele tipo proporcionam a quem o consome e mais.
A COR DO VINHO TINTO
A cor do vinho tinto deve-se à maceração do mosto com as películas e as grainhas (é a designada vinificação em tinto). Esta operação, que dura de 6 a 10 dias, pode ser prolongada para obter um tinto mais intenso.
A quantidade, tonalidade e intensidade da cor do vinho tinto variam de acordo com três fatores principais: a variedade da uva, o grau de maturidade na hora da colheita e o tempo de maceração do líquido com as cascas durante o processo.
A cor vermelha é instável e desaparece conforme o vinho envelhece, ao contrário da cor amarela, que é estável e mais visível com o envelhecimento do vinho. O fato dá lugar a cores alaranjadas ou de telha, característica típica dos vinhos envelhecidos. Se a cor puxa mais para o marrom, provavelmente o vinho está oxidado e decrépito.
Os vinhos tintos podem ser:
●tinto púrpura, jovens, com a dureza que prevalece sobre a maciez;
●tinto granada, bastante maduros, com um ligeiro predomínio da maciez sobre a dureza;
●tinto alaranjado, de longo envelhecimento e decisivo predomínio da maciez.
●tinto rubi, com um bom equilíbrio entre dureza e maciez;
A COR DO VINHO BRANCO
Os vinhos brancos são na realidade amarelados, com diferentes tonalidades e reflexos: quase incolores, pálidos, esverdeados, citrinos, palha, ouro. O vinho branco vai ficando mais escuro à medida que envelhece e se oxida.
Nos brancos, a intensidade da cor tem menor importância do que nos tintos. Os principais aspectos a serem observados são a transparência e o brilho. De qualquer forma, brancos se tornam mais escuros à medida em que envelhecem, passando normalmente pelas seguintes fases: amarelo muito claro, amarelo palha, dourado e âmbar.
Os vinhos brancos, cuja cor tende mais para o amarelo, podem ser:
●amarelo esverdeado, muito jovens e leves, acídulos e obtidos de vindima antecipada;
●amarelo palha, jovens e macios, feitos de uvas maduras;
●amarelo âmbar, licorosos e sem acidez;
●amarelo dourado, bastante maduros e muitas vezes ligeiramente macerados ou conservados em barricas de madeira.
A COR DO VINHO ROSÉ
A coloração do vinho rosé, assim como a do vinho tinto, é resultado da casta utilizada, assim como o método de vinificação. Sendo assim, esse tipo de exemplar pode ter coloração rosa pálido, salmão e, até mesmo, nuances avermelhadas.
No caso dos vinhos rosados, a cor depende da variedade da uva, do método de elaboração e sobretudo dos tempos de maceração, condições que irão determinar a intensidade da cor.
Vale ressaltar que cor não é necessariamente um indicador de envelhecimento, uma vez que essas são bebidas consumidas normalmente quando ainda jovens. Os diferentes tons e nuances refletem mais os tipos de uva que foram utilizados em sua elaboração, além do tempo em que o líquido esteve em contato com as suas cascas durante o processo de produção. De qualquer forma, sua coloração varia entre pêssego, salmão, alaranjado e rosa propriamente dito.
Atualmente, a tendência é que rosés sejam mais pálidos, enquanto no passado era comum que esse tipo de vinho tivesse cor intensa. Também é importante ressaltar que esses exemplares não são recomendados para envelhecimento e podem apresentar tons amarronzados após alguns anos.
MÉTODOS DE VINIFICAÇÃO
A vinificação é o conjunto de procedimentos e processos empregados para a transformação da uva madura em vinho. A vinificação em tinto inicia com a maceração das partes sólidas; a vinificação em branco normalmente ocorre sem a fase de maceração, ou com maceração curta. A maceração curta é também utilizada para a elaboração de vinhos rosados.
A coloração que um vinho assume está, inicialmente, relacionada ao contato do mosto com a casca da uva. Nesse sentido, os métodos de vinificação também têm forte influência nas tonalidades da bebida, uma vez que o enólogo pode optar por processos de maceração mais curtos ou mais longos.
Explicando a maceração, essa nada mais é do que o esmagamento dos frutos que, no caso dos tintos, é realizado com uvas inteiras e com casca. O método é utilizado para a extração do mosto (líquido), que será posteriormente fermentado.
Continue a leitura a seguir e conheça os passos básicos do processo de vinificação.
1) Colheita
A colheita das uvas, também chamada de vindima, é feita de acordo com a maturação do fruto. Ela deve ser realizada manualmente, com tempo seco e, preferencialmente, nas primeiras horas da manhã. Na recepção da uva na vinícola, a uva é pesada e o grau glucométrico é determinado, para fins de cálculo do potencial alcoólico e de eventuais correções.
2) Desengace e formação do mosto
Realizado por esmagadora/desengaçadora, a qual separa o engaço e esmaga as uvas, sem triturar as cascas e sementes. Existem máquinas que fazem o desengace, a separação dos bagos dos engaços, os raminhos que os sustentam. Assim como há o desengace manual. A uva é em seguida prensada inteira, o que pode aportar maior qualidade aromática ao vinho.
3) Prensagem do mosto
Essa etapa é feita apenas na elaboração dos vinhos brancos. As uvas devem ser separadas das cascas e das sementes, para que não adquiram cor e nem taninos.
4) Fermentação
Pela fermentação alcoólica, o suco de uva se torna vinho. Essa fermentação é a transformação dos açúcares naturais em álcool, sob a ação das leveduras; ela produz, igualmente, gás carbônico. Uma segunda fermentação, que ocorre depois, traz maciez ao vinho. Esse processo ocorre dentro de grandes tanques de aço inoxidável.
5) Engarrafamento e rotulagem
Chegou a hora de engarrafar o vinho, inserir o vedante, seja rolha, screw cap ou vinolok e, finalmente, aplicar o rótulo.
As garrafas de vidro de 750mL de capacidade são os recipientes utilizados por excelência em todo o mundo. No engarrafamento de grandes volumes de vinho, são utilizadas máquinas engarrafadoras automáticas. As rolhas de cortiça natural são ainda hoje os melhores objetos para tampar garrafas de vinho.
O vinho pode ficar um tempo na adega para manter o repouso ou até um longo tempo, no caso dos que amadurecem nas próprias garrafas. Depois eles são comercializados.
O VINHO SEM ÁLCOOL A COR IMPORTA?
A coloração dessas bebidas são indicadores de muitas propriedades, como no caso dos vinhos com álcool. As cores mostram o frescor, a idade, o sabor e os benefícios que cada bebida pode proporcionar a quem consome. Afinal, vinhos sem álcool são apenas bebidas que tiveram retirada a graduação alcoólica em seus processos produtivos, o que oferece bebidas incríveis, mais saudáveis, sem perder em nada para as versões clássicas.
REFERÊNCIAS
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